• Edição 118
  • 20 de março de 2008

Cidade Universitária

Comunidade da UFRJ luta contra a dengue

Seiji Nomura

Com o aumento do número de casos de dengue (foram registrados cerca de 1.100 só nessa segunda-feira, dia 17 de março) e a falta de leitos para atendimento para os que sofrem da doença, é preciso tomar uma atitude mais consistente no combate a esse problema. Nesse sentido, a Prefeitura Universitária coordena uma série de projetos que visa diminuir o número de focos do mosquito Aedes aegypti que transmite o microorganismo responsável pela enfermidade.

Um dos projetos mais atuantes na conscientização é o “UFRJ contra a dengue”, que educa as pessoas dentro e fora dos campi da universidade.  “A prevenção da dengue é de cunho educacional. As pessoas devem ser cautelosas para não criar condições para que os mosquitos proliferem”, esclarece uma das coordenadoras do projeto, Maria Isabel Liberto, professora associada do Departamento de Virologia do Instituto de Microbiologia Paulo Góes da UFRJ.

— Temos operado em todas as unidades da UFRJ através do “Fuzuê da dengue”, um composto de palestras explicativas que esclarecem as dúvidas e apresentam a mosquitoeira genérica da UFRJ. Mas também promovemos atividades educativas em comunidades e escolas — afirma Maria Isabel. De acordo com ela, o equipamento pode ser utilizado tanto para a detecção de focos de Aedes aegypti quanto para eliminar o mosquito.

A professora lembra, porém, que é preciso não ter focos muito próximos ao artefato para que esse seja mais eficaz, já que a fêmea pode depositar seus ovos em outro lugar. “Não é só o vetor da dengue que é atraído. Fica fácil detectar se a larva é dessa espécie ou não utilizando uma lanterna, já que eles são as únicas larvas de mosquito que fogem da luz”, explicou ela, lembrando que o teste deve ser feito em locais mais escuros para ter maior garantia.

A especialista aproveitou ainda a oportunidade para desmistificar alguns dos mitos sobre o mosquito. “Ele não se instala apenas em água limpa. O ambiente que o mosquito evita, são principalmente fontes de água que contenham gordura ou detergente. E como ele não suporta temperaturas muito elevadas, as poças de água que se formam no meio de ruas raramente são pontos de proliferação”, afirma.

Os interessados em solicitar uma visita do projeto “A UFRJ contra a dengue” devem telefonar para o Disque-Dengue da UFRJ, 2562-6698, onde também podem obter informações sobre a doença. Também podem mandar e-mails para isabel@micro.ufrj.br ou maulori@micro.ufrj.br.

Limpeza e obras de infra-estrutura no combate contra a dengue

O prefeito da Ilha da Cidade Universitária, Hélio de Mattos, pediu que os alunos e funcionários ajudem mais na prevenção da proliferação do mosquito. “A universidade gasta R$ 4 milhões por ano em poda, capina e limpeza das ruas e avenidas dos campi, retira copos descartáveis, qualquer coisa que acumule água, mas é preciso que os freqüentadores joguem no lixo esses dejetos. Se os alunos ou funcionários avistarem algum foco de mosquito ou alguma área que tenha lixo ou restos de laboratório que propiciem as condições para que a fêmea deposite os seus ovos, é um favor alertar a Prefeitura”, recomenda o prefeito.

O administrador deu destaque a uma série de iniciativas promovidas pela prefeitura contra a doença, como simpósios e obras. “Um dos maiores focos que tínhamos era a área inutilizada do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Usamos 150 metros cúbicos de terra para aterrar poços de elevadores desativados”, diz.

Apesar desse trabalho, existem diversas áreas que ainda permitem a eclosão dos ovos do mosquito, como o lago em frente ao prédio da reitoria ou caixas d’água abertas. “O combate da dengue não é exclusividade da administração ou de alguns docentes; todos têm que desenvolver esse programa, uma campanha sistemática no seu interior”, alerta Hélio de Mattos.

Links. Saiba como confeccionar uma mosquitoeira genérica – WebTV UFRJ: http://www.webtv.ufrj.br/?option=com_content&task=view&id=97&Itemid=