• Edição 113
  • 17 de janeiro de 2008

Saúde em Foco

Planejamento de viagem: antes de se divertir, não esqueça de se vacinar!

Tabata Pitol Peres

SÃO PAULO - Apesar do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, ter afirmado em rede nacional no último domingo (13) que o Brasil não está vivendo uma epidemia de febre amarela, alguns casos de morte causadas pela doença têm sido divulgados pela mídia nos últimos dias. Com isso, pessoas que estão com viagens marcadas para estados onde a doença já fez vítimas - e até para outros países - se questionam sobre a necessidade de se vacinar contra a febre amarela.

De acordo com o Cives (Centro de Informação em Saúde Viajantes da UFRJ), dentro do Brasil a vacina é indicada em áreas consideradas de risco - que contenham mata ou rio. Portanto, quem for viajar para o Maranhão, o sudoeste do Piauí, o oeste e extremo-sul da Bahia devem se vacianar. Além disso, a imunização é indicada para todos os estados da região Norte e Centro Oeste, além de Minas Gerais, oeste de São Paulo, norte do Espírito Santo, oeste do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Para viagens internacionais, a cartilha "Brasileiras e Brasileiros no Exterior", publicada nesta terça-feira (15) pelo Ministério do Trabalho, explica que a vacinação contra febre amarela é uma exigência de alguns países. Para concessões de vistos de entrada em países onde é doença é endêmica (África, América Central e do Sul) e naqueles onde exista o risco de introdução ou reintrodução (Subcontinente Indiano, Sudeste Asiático e alguns países da Europa) é exigida a apresentação do Certificado Internacional de Vacinação comprovando a aplicação.

Febre Amarela

Quem nunca tomou a vacina contra a febre amarela deve fazer a imunização 10 dias antes da viagem e o medicamento continua fazendo efeito por 10 anos.

A vacina pode ser tomada, gratuitamente, por crianças a partir de seis meses e adultos. A vacinação deve ser registrada no Certificado Internacional de Vacinação que é emitido em qualquer um dos postos da Anvisa em Portos, Aeroportos e Fronteiras. Caso tenha algum problema de saúde que contra indique a vacinação, um médico deverá ser consultado e emitir um atestado que deverá ser apresentado em um dos postos da Anvisa para que seja emitido o Certificado Internacional de Isenção de Vacinação.

Outras vacinas

Outras vacinas são recomendadas, pela Anvisa, como medida de prevenção do viajante que se desloca para diversos países. A tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) e a dT (difteria e tétano) e hepatite B, e além das que imunizam contra a poliomielite e a meningite meningocócica são indicadas para viagens em áreas endêmicas. A Anvisa orienta, ainda, que o viajante esteja em dia com seu calendário vacinal do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde sempre que for sair do País.

Além disso, é importante consultar algum órgão de informação sobre saúde do viajante na hora que estiver planejando a viagem para checar se não há alguma epidemia no local do seu destino. O órgão que centraliza essas informações é a Organização Mundial da Saúde (www.who.int).

No Brasil é possível consultar o Cives (www.cives.ufrj.br), a Clínica de Medicina do Viajante do instituto de Infectologia Emílio Ribas (www.emilioribas.sp.gov.br) e o Ambulatório dos Viajantes do Hospital das Clínicas da FMUSP (www.sucen.sp.gov.br/saude_viajante).

De acordo com o Cives, é preciso ter consciência de que a vacina não exime o viajante de adotar outras medidas de prevenção, como cuidados no consumo de água e de alimentos, a utilização de repelentes e mosquiteiros e o uso de preservativos.

A instituição adverte que, apesar de muito eficazes, as vacinas não são isentas de falhas e nem estão disponíveis para todas as doenças.

Online InfoMoney, 15 de janeiro, Editoria Notícias

link original:http://web.infomoney.com.br/templates/news/view.asp?codigo=900023