• Edição 111
  • 13 de dezembro de 2007

Notícias da Semana

Reunião celebra luta contra o tabagismo

Seiji Nomura

Foi realizado no dia 12 de dezembro, na sala do SINTUFRJ (Sindicato dos Trabalhadores da UFRJ) localizada no subsolo do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), V Encontro Anual de Pacientes ex-fumantes do Núcleo de Estudos e Tratamento do Tabagismo (NETT). O evento teve como objetivo servir de apoio para os pacientes que já pararam de fumar e de incentivo para os que ainda não conseguiram deixar o vício.

Alberto Araújo, coordenador do NEPP, abriu o encontro. “Para quem não está envolvido com ele, é difícil saber como é a dor e o sofrimento de se separar do cigarro. Parece que você está realmente se separando de algum ente. Um dia como hoje é um dia de vitória. Por isso, dou parabéns a todos vocês”, declarou o coordenador.

De acordo com o médico, ele nunca havia imaginado trabalhar nessa área de dependência química, já que na sua infância conviveu com os problemas de dependência do pai, vítima tanto de tabagismo quanto de alcoolismo. Alberto, então, pede que os presentes falem das suas lutas contra o tabagismo.

Diversos entre os presentes deram depoimentos. Luiz Alberto, há 4 anos e 2 meses sem fumar, afirma que já se sente outra pessoa, com uma disposição física bem melhor que anteriormente. Gilda, funcionária do HUCFF, achava-se incapaz de deixar o cigarro. “Cansei de dizer que não me achava capaz de parar de fumar. Hoje já faz cinco meses que estou sem fumar, depois de 32 anos de dependência. Não estou 100% livre da vontade, mas foi um sonho que nunca imaginei realizado e que se concretizou”, disse ela.

Gecilda Oliveira, uma das que mais se emocionou no encontro, disse ser muito difícil largar o cigarro. “Não fui ao tratamento algumas vezes, mas desde 23 de julho de 2006, quando a doutora Márcia colocou em mim o primeiro adesivo, não fumei mais. Passei por sérios problemas de família, filho e perda de parentes, mas não peguei no cigarro. Nós pensamos que cigarro é amigo, mas é engano. Cada um que a gente fuma é pior. Estou muito feliz de encontrar todos aqui no Fundão. Cada um de vocês é uma força pra gente”, declarou a ex-paciente.

João Nascimento quase perdeu a vida por causa do tabagismo. “De 24 em 24 horas, já se vão 9 anos sem fumar. Perdi meu pai para o cigarro e eu mesmo já não estaria mais aqui se não tivesse parado de fumar. Comecei aos 13 anos e parei aos 60. Não teria conseguido sem as orientações que tive e a minha própria vontade”, lembrou ele, aliviado.

– Sou contra o tabaco, não contra quem fuma. Cerca de 24 pessoas perdem a vida por causa do cigarro enquanto estamos aqui –, ressalta o coordenador do NETT. O evento ainda contou com um show do músico Nonato Luiz, que tocou músicas de Paulinho da Viola, Gonzaguinha e do poeta Renato Carvalho, criador da letra de “Amigo nocivo” especialmente para o evento.

O público celebrou sua vitória sobre os males do tabagismo cantando juntos e, em algumas músicas, até mesmo dançando. Após o show, houve uma entrega de medalha para todos os pacientes, prêmio por sua luta. A equipe médica também foi premiada, sempre com muitos aplausos animados.