• Edição 105
  • 01 de novembro de 2007

Microscópio

NUTES participa do Videomed Brasil 2007

Seiji Nomura

Dos dias 7 a 9 de novembro, o Canal Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz promove, no hotel Pestana Copacabana, no Rio de Janeiro, o Videomed Brasil 2007. O evento, realizado desde 1985 na Espanha e em países da América Latina, é veículo para filmes médico-científicos de todo o mundo.

O doutor Luiz Rezende, professor adjunto e pesquisador do Núcleo de Tecnologia Educacional (NUTES/UFRJ), é um dos convidados para falar da experiência do Núcleo em uma das mesas de debate, sobre a “Produção e distribuição de filmes científicos”.

– A UFRJ tem produzido material mais diversificado e mais voltado para necessidades da formação nos cursos de graduação. É muito voltado para o aspecto técnico do conteúdo das disciplinas, para auxiliar o aluno no processo de auto-didatismo. Ele pode pegar o vídeo na biblioteca, assistir e desenvolver sua autonomia nesta prática –, relatou Rezende.

Ele também lembrou que o NUTES adota o sistema de vídeos como uma forma de informar a população sobre alguns problemas de saúde, como a tuberculose e a hanseníase. “O NUTES trabalha em campo desde os vídeos que ajudam na educação de graduação até vídeos voltados para um lado mais social”, afirmou o professor.

De acordo com o pesquisador, na experiência do NUTES, as produções audiovisuais de caráter técnico-científico procuram não se dissociar de um lado mais artístico. “O problema é que vídeos de ficção demandam um custo de produção e um trabalho muito mais cuidadoso com o preparo dos atores, do roteiro, do diálogo e com a luz, por exemplo. O que você fizer pode inviabilizar a proposta pedagógica do vídeo” advertiu ele. Ultimamente, a produção do núcleo da UFRJ tem mais documentários, já que demandam um custo muito menor.

Rezende também falou de uma das pesquisas a apresentar no evento. “Trata-se de uma tentativa de retomar o acervo de imagens do NUTES, que já tem mais de 30 anos nessa área de produção de vídeos. Temos procurado pensar como esse material pode ser aproveitado, que contribuição ele pode dar para o ensino atual. Claro, precisamos lembrar que é um material datado, não atualizado em relação às questões científicas e médicas atuais, mas ele pode ser trazido para pensar a história das práticas médicas. Podemos entender como elas foram ressignificadas ao longo do tempo” disse o professor.

O doutor ainda mencionou diversos vídeos realizados pela unidade, como o Insecta, produção que busca padrões diferenciados na educação no ensino fundamental e um vídeo de semiologia médica, que lembra aos alunos de medicina a importância do exame físico.

Esta será a primeira edição do Videomed no país. O público poderá ver filmes da área médica premiados em outras mostras, além de produções locais e debates em torno do tema. O evento, realizado em paralelo ao 3º Congresso Brasileiro de Telemedicina, tem entrada franca.