• Edição 105
  • 01 de novembro de 2007

Teses

Tese de mestrado estuda Giardia lamblia

Geralda Alves

Na manhã dessa quinta-feira, dia 1º de novembro, Joana Bittencourt Silvestre, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ, defendeu sua tese de mestrado, com o título, “Aspectos morfológicos e regulatórios do encistamento de Giardia lamblia”. O trabalho, orientado pelo doutor em Biofísica Wanderley de Souza, consiste em analisar que a Giardia lamblia é um protozoário cosmopolita e parasita do intestino delgado de mamíferos, também possui duas formas em seu ciclo de vida. O trofozoíta coloniza o hospedeiro e o cisto é a forma infectiva e resistente eliminada nas fezes. A transformação do trofozoíta em cisto é extremamente importante para a manutenção da doença. Apesar de muito estudados, os mecanismos regulatórios deste processo não estão bem elucidados.

Para investigar quais moléculas sinalizadoras teriam um papel neste processo foram feitas diversas avaliações da taxa de diferenciação de parasitas induzidos ao encistamento na presença de diversas drogas, tais como clastolactacistina-ß-lactona (inibidor de proteassomas), ácido okadaico (inibidor de ser/tre fosfatases),   Wortmanina (inibidor de PI3K), LY294002 (inibidor de PI3K), Genisteína (inibidor de tirosina quinase) e Staurosporina (inibidor de PKC).

Foi observado que Genisteína e LY294002 tiveram efeito inibitório significativo. O LY294002 mostrou-se eficiente também na inibição do crescimento de Giardia lamblia. A Genisteína inibiu a produção de proteína de parede cística 2 (CWP2) e nenhum dos inibidores pareceu modificar a distribuição desta proteína no parasita em encistamento.

Quanto à adição de Genisteína, feita 6 ou 18 horas após o estímulo ao encistamento teve efeitos inibitórios não tão evidentes, contudo a adição de LY294002 após 6 horas de encistamento provocou a maior redução nas taxas de diferenciação. Uma microscopia eletrônica de varredura demonstrou, durante o encistamento a entrada dos flagelos do trofozoíta ocorre dorsalmente e há um flagelo remanescente coberto por material fibrilar e proteínas de parede cística. Os inibidores de PI3K e tirosina quinase provocaram intensas mudanças na morfologia do trofozoíta inclusive desorganizações do citoesqueleto e de membranas internas, dando origem a figuras de membranas concêntricas. O LY294002 provocou uma dramática desorganização das vesículas periféricas, contudo isto não parece afetar a endocitose do parasita, visto pela incubação com Lúcifer Yellow.