• Edição 096
  • 30 de agosto de 2007

Cidade Universitária

A questão do transporte interno


Flávia Fontinhas

O transporte interno na Cidade Universitária é sempre um assunto recorrente entre alunos, professores e técnicos-administrativos. Muita coisa já tem sido feita pela prefeitura para melhorar a vida de todos os usuários que pegam esses ônibus diariamente, mas ainda há bastante a se fazer.

Segundo o vice-prefeito, Ivan do Carmo, atualmente a Cidade Universitária conta com uma frota de 13 ônibus que circulam dentro do campus em intervalos predeterminados.

— Em relação à infra-estrutura e à questão operacional, estamos muito bem e bastante acima da média. Em termos de idade de frota, apenas perdemos para uma empresa no Rio de Janeiro. Nossos ônibus são novos, possuindo em média 2,7 anos de uso, o que possibilita que sejam razoavelmente confortáveis e seguros. A questão agora é trabalhar gerenciamento de mobilidade.

A questão que mais tem sido levantada pelos usuários é a superlotação dos ônibus. Principalmente nos horários de pico, no início da manhã e no final da tarde. “A superlotação não é um problema de falta de ônibus, mas sim uma característica da Cidade Universitária; uma vez que praticamente todas as pessoas geralmente chegam e saem no mesmo horário. Assim, é necessário criar-se soluções para esse problema”, afirma Ivan.

A Prefeitura Universitária, a fim de minimizar esse problema, criou a Linha 2, que é a linha dos ônibus intitulados “Especial”. São cinco ônibus, funcionando de 6 às 10 da manhã, e que passam somente pela Prefeitura, CCMN, CT, Reitoria, retornando depois. O que, segundo o vice-prefeito, é feito para possibilitar mais agilidade e buscar o maior número de pessoas possível. Isso melhorou a situação, mas ainda há muito a ser feito. No entanto, não depende apenas da prefeitura, é necessário orientar o usuário de transporte sobre como agir.

— Às vezes, dois veículos chegam quase juntos ao ponto de ônibus, as pessoas não vêem o segundo ou não querem esperar por ele, e lotam somente o primeiro. Então seria importante haver não apenas a conscientização dos usuários, mas também a presença de um funcionário a fim de realizar esse gerenciamento de rua, e orientar as pessoas do ponto de que há outro ônibus chegando e que elas podem esperar por ele, e assim promover o equilíbrio. Além de haver a necessidade de se colocar fiscais nos pontos, para fazer com que esses intervalos entre os ônibus sejam cumpridos rigorosamente — diz o vice-prefeito.

Mas as discussões sobre o transporte interno não param por aí. Outro assunto muito discutido é em relação aos ônibus que ligam o campus da Cidade Universitária ao campus da Praia Vermelha que, segundo os usuários, estão sempre lotados e poderiam apresentar mais horários de saída.

Segundo Ivan, os horários oficiais desses ônibus são somente 06h30min e 17h15min; sendo que muita gente pega também o ônibus de 12h15min, que sai do campus da Cidade Universitária a fim de trazer de volta os alunos que estão na Praia Vermelha na hora do almoço, mas que deveria sair vazio.

— O fato é que esse serviço foi projetado para atender alunos alojados que têm aula no campus da Praia Vermelha. Um ônibus é tirado do circuito somente para fazer esse transporte. Se fossem tirados dois, a Cidade Universitária teria rodando dentro de seu campus ônibus mais cheios e com intervalos maiores. A prefeitura não está oferecendo um ônibus cheio, o problema é que ele foi projetado para uma coisa e está sendo usado de forma diferente — explica Ivan.

Segundo o vice-prefeito, até existem algumas soluções que podem resolver o problema. Talvez fazer uso de uma frota própria de ônibus para levar os alunos, mas isso necessitaria de investimentos. “Aí é uma questão de prioridade. É melhor investir em pesquisas, ou comprar ônibus para fazer esse transporte? É um dilema muito complicado.”

Outra reclamação vem dos alunos que vivem no Alojamento Universitário, uma vez que os ônibus internos nos finais de semana apenas atendem em intervalos de uma hora. Eles afirmam que isso dificulta o deslocamento nos finais de semana, principalmente porque os ônibus de outras empresas também não entram no campus.

— Os intervalos tornam-se maiores e há menos ônibus circulando porque não há aula. Se a pessoa está descansando no final de semana, não custa nada ela se planejar para pegar um daqueles horários. O serviço deve ser oferecido, mas dentro de uma limitação — informa o vice-prefeito.

Mas muita coisa também tem sido feita. Através de um pedido dos estudantes do alojamento, a prefeitura concedeu ônibus que rodam de madrugada, o que não ocorria antes. Justamente para atender àquelas pessoas que chegam mais tarde, ou precisam sair para fazer algo.

— É necessário que haja uma mobilização da comunidade acadêmica para atuar juntamente com a prefeitura e a reitoria, a fim de resolver todos esses problemas. Não adianta criticar sem conhecer o processo. Mas, sem dúvida, críticas construtivas são indispensáveis para que se possa melhorar o sistema e facilitar a vida de todos os usuários. É importante estar junto, atuando e participando dessa melhora — finaliza Ivan.