• Edição 085
  • 14 de junho de 2007

Microscópio

A química no esporte

Stéphanie Garcia Pires

O ciclo de palestras “Química e Esportes para Poetas” é uma realização da Casa de Ciência da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que promove a integração entre profissionais do Instituto de Química (IQ) e da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) da UFRJ. Com início no dia 8 de maio, tendo como pano de fundo os jogos Pan-americanos, a proposta é discutir algumas especificidades do mundo dos esportes.

Dia 26 de Junho, encerra-se o evento com o tema “Você é o que você come – Alimentação e atividade física”, com os palestrantes Josely Correa Koury e Alexandre Guedes, do IQ, e Fernando Pompeu, da EEFD. Fernando é especializado em fisiologia dos esforços e, entre outras coisas, tem se dedicado a estudar a influência da cafeína nos atletas e a produção de ácido lático durante os exercícios físicos.

Waldir Mendes Ramos, diretor da Escola de Educação Física e Desportos, explica que o objetivo da última palestra é discutir a importância dos fatores nutricionais para a atividade do corpo. Ele acrescenta ainda que o tema é enriquecido pela abordagem em duas vias: o estudo detalhado da bioquímica na análise da função metabólica de cada grupo de alimento e a observação prática da influência de uma dieta específica no desempenho de um atleta.

- Um maratonista, por exemplo, depende em muito do metabolismo aeróbio e, portanto, precisa de comidas ricas em carboidrato. Outras atividades físicas estão mais ligadas ao metabolismo anaeróbio, daí a necessidade de uma alimentação diferenciada – explica Waldir.

O diretor fez uma análise geral de cada palestra do ciclo “Química e Esportes para Poetas”, e considera uma chance de diálogo multidisciplinar importante, que vem garantindo resultados interessantes.

Entre os temas, explica Waldir, foi discutida a questão das substâncias ergogênicas, que não são consideradas doping, mas auxiliam o atleta a alcançar o seu potencial máximo. Também foi detalhada a contribuição da química nos elementos futebolísticos, como a elaboração de uniformes com tecidos mais leves, que evitam o prejuízo do atleta em função do suor. Além disso, foram argumentados os benefícios tecnológicos, por exemplo, na construção de equipamentos mais sofisticados e na produção de próteses que permitem deficientes físicos a se dedicarem ao esporte.

Por fim, o diretor da EEFD elogia a iniciativa da Casa de Ciência da UFRJ e agradece o convite para trabalhar junto ao Instituto de Química. “O resultado foi espetacular e seria muito proveitoso repetir a dose”.