• Edição 084
  • 06 de junho de 2007

Saúde em Foco

Governo vai lançar PAC de até R$ 40 bi para ciência e tecnologia

Por Rodrigo Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O governo pretende lançar na primeira semana de julho um Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o setor de ciência e tecnologia no valor de 30 a 40 bilhões de reais, para o período 2007-2010, informou o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Machado Rezende. Ele explicou que o programa já foi apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada, "que deu sinal verde", e a idéia é utilizar esses recursos para estimular mais investimentos da iniciativa privada.

- Esperamos colocar o PAC em votação na reunião do Conselho de Ciência e Tecnologia, programada para o dia 27, e que será presidida pelo presidente Lula - disse Rezende.
O programa terá quatro prioridades, segundo o ministro: expandir e consolidar o sistema nacional de ciência e tecnologia; fazer a inovação tecnológica entrar na cultura das empresas; fazer pesquisas em áreas estratégicas como a defesa nacional, o programa nuclear e a Amazônia; e para o desenvolvimento econômico e social. De acordo com Rezende, as empresas brasileiras investem apenas meio por cento do seu faturamento em desenvolvimento tecnológico. A meta desses quatro anos de vigor do PAC é que esse percentual suba para entre 1,5 e 2% do faturamento.

- O que falta no Brasil para a inovação (tecnológica) aumentar é o setor empresarial investir mais, e nós queremos dar esse estímulo - complementou.

Ele informou ainda que a reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que irá discutir entre outros assuntos a construção da usina nuclear de Angra 3, foi pré-agendada para o dia 25 de junho.

- Angra 3 está na pauta, a mudança de ministro acabou atrasando a pauta e a expectativa é que Angra 3 seja aprovada, até porque já há gente dentro do Ministério do Meio Ambiente a favor da energia nuclear - afirmou, referindo-se à secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do órgão, Telma Krug, empossada no final de maio.

Rezende argumentou que o Brasil não pode desperdiçar suas reservas de urânio nem o domínio do ciclo de processamento do urânio para ser utilizado pelas usinas nucleares.

- Nossas reservas dão para abastecer Angra 1, 2 e 3 por pelo menos 520 anos, não podemos deixar essa riqueza debaixo da terra - avaliou.

REUTERS - Terça-feira 5 de Junho, 2007 4:12 GMT

Link original: http://br.today.reuters.com/