• Edição 080
  • 10 de maio de 2007

Notícias da Semana

Ministro da Saúde inaugura unidade de pesquisa em HIV no Hospital Universitário

Geralda Alves

O ministro do Estado da Saúde, José Gomes Temporão, inaugurou hoje, 7 de maio, o Centro de Estudos e Pesquisas em Doenças Infecciosas e Parasitárias (CEPEDIP) e o Programa de Atendimento Domiciliar Interdisciplinar (PADI), do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) na presença de diversas autoridades políticas e acadêmicas.

O Centro de Estudos, que tem como objetivo unificar e impulsionar as pesquisas relacionadas à área, será um Centro de excelência em pesquisa que, além de reunir pesquisadores de diferentes especialidades em doenças infecciosas e parasitárias, permitirá a interação direta entre os pesquisadores e o serviço de Doenças Infectos Parasitárias e o HUCFF.

Uma das principais linhas de pesquisa será em HIV, e, como uma forma de homenagem a memória do Betinho, o CEPEDIP terá o nome de Centro de Estudos e Pesquisas em Doenças Infecciosas e Parasitárias Herberth de Souza. “O CEPEDIP é mais uma prova do incentivo que vem sendo dado às pesquisas, fazendo parte da Divisão de Pesquisas criado no final do ano passado, em conseqüência da expansão desse segmento no HUCFF”, afirma o diretor da unidade, Alexandre Pinto Cardoso.

Macedo, ex-reitor da Universidade, que, segundo ele, apresentou ao Conselho de Ensino para Graduados (CEPG) esta necessidade e sustentou o ponto de vista acadêmico, entendendo que a universidade e a reitoria eram instâncias acadêmicas. “Herbert de Souza, o Betinho, capitaneou, do ponto de vista político, junto com o projeto científico da universidade, a obtenção dos recursos para os primeiros laboratórios”.

O PADI é composto por uma equipe multidisciplinar criada em 2001 com o objetivo de desospitalizar, humanizar e otimizar leitos do hospital. Está focado, também, no ensino e pesquisa. O programa, em parceria com o SAD – Serviço de Atenção Domiciliar da AP-31 e com o PADI do Hospital Paulino Werneck, vem atendendo a demanda dessa área. O perfil da clientela está focada no idoso com doenças crônicas degenerativas, dependentes para o auto cuidado.

A ampliação da área física do PADI foi possível através de emenda parlamentar do então deputado Antonio Carlos Biscaia, atual secretário Nacional de Justiça. “Eu sempre tive uma preocupação muito grande com a área da saúde, apesar de trabalhar em outra área. Eu me sinto feliz e realizado que uma emenda parlamentar encaminhada seja liberada e executada com um objetivo correto e limpo, em um momento que se sabe que as emendas parlamentares são utilizadas para outros fins”, declarou Biscaia.

O Programa de Atendimento Domiciliar, inserido claramente na linha do cuidado, também registra um esforço, que ao longo deste tempo, transformou este programa e trouxe melhores condições para dentro do hospital. “As coisas não começam conosco, e nem se encerram conosco. É necessário um trabalho de continuidade, que nosso hospital tem que ter. Temos cumprido este papel, ao criarmos a divisão de pesquisa. Espero contar com todos para que o hospital prossiga na sua trajetória de êxito”, disse Alexandre Cardoso.

Sistema Único de saúde

Para ele, existem alguns desafios dessa gestão. “Uma dimensão pouco trabalhada e pensada, nós retomamos a discussão da determinação social da doença e inter-setorialidade como categoriais centrais no processo de construção do nosso sistema de saúde. Sabemos que parte significativa dos determinantes do processo de adoecimento e mortes está fora do setor de saúde”, declara o ministro.

O SUS atende 150 milhões de pessoas, e há menos de 20 anos tínhamos, no Brasil, duas categorias de pessoas: os que tinham acesso à assistência médica e previdenciária e os outros brasileiros que não tinham direito a nada e viviam na precariedade. “Com a Constituição de 1988, isto foi radicalmente revertido. Hoje, o SUS é um sistema muito criticado aqui e muito estudado lá fora. Diversos jornais e revistas no exterior discutem como um país tão grande e problemático tem a petulância de fazer pesquisa em células-tronco. É exatamente esta complexidade que nos estimula”, afirma Temporão.

Homenagem

Médicos, professores e profissionais da área de saúde lotaram o auditório durante o evento professor Clementino Fraga Filho. “Queria agradecer muito esta homenagem. Esta visita tem um sentido político e também sentimental. Eu me formei em 1977 e vivi este hospital muito de perto. Estamos fazendo 30 anos de formado este ano e espero que nossas comemorações façam jus à memória e objetivo da nossa gloriosa turma. Politicamente, venho perceber e compreender aqui nesta universidade e hospital um espaço estratégico no fortalecimento do nosso Sistema Único de Saúde. Estamos passando por um momento político, a meu ver, muito instigante, mas também nos coloca muitos desafios”, disse emocionado o ministro da Saúde.

Para finalizar, a reitora em exercício, Sylvia Vargas, disse que o HUCFF tem encontrado um equilíbrio entre os objetivos fundamentais da universidade, ensino e pesquisa e as exigências da comunidade. “O HU cresceu sem perder suas raízes universitárias, muito embora tivesse que desempenhar com enorme esforço a tentativa de integrar a pesquisa básica e clínica e a testagem de novas tecnologias de diagnóstico”.


Decanos e diretores discutem projeto de reestruturação da UFRJ

Geralda Alves

A Plenária de decanos e diretores realizada hoje, dia 9 de maio, no Centro de Tecnologia da UFRJ discutiu exclusivamente o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – REUNI lançado pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva através do Decreto nº 6.096, de 24 de abril de 2007.

O REUNI tem como objetivo maior criar condições para ampliação de acesso e permanência na graduação com melhor aproveitamento da estrutura física e de recursos humanos existentes nas universidades federais. O programa estabelece ainda diversas diretrizes, uma delas é a redução das taxas de evasão, ocupação de vagas ociosas e aumento de ingresso, especialmente no período noturno.

Como meta global estabelece a elevação gradual da taxa de conclusão média dos cursos de graduação presenciais para 90% e da relação de alunos de graduação em cursos presenciais por professor para 18 por um, ao final de cinco anos, a contar do inicio de cada plano. O MEC definirá os parâmetros de cálculo dos indicadores que avaliam essa meta.

Segundo a professora Ângela Rocha, decana do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN) e presidente da Comissão do Plano de Desenvolvimento de Educação, a taxa de conclusão média da UFRJ não chega a 60%. “Por exemplo, no CCMN essa taxa é muito mais baixa, tem curso com evasão acima de 40%”. Quanto a elevação da relação aluno/professor Ângela afirma que hoje a média das universidades brasileiras é de 10 alunos por professor.

De acordo com os dados a Universidade Federal do Rio de Janeiro figura entre as melhores do país. Com um corpo docente altamente qualificado (75% são doutores), abrange 10% do total das bolsas de produtividade em pesquisa do CNPq(41% dos doutores). São 142 cursos/habilitações em graduação (80% dos cursos de graduação com nota A no PROVÃO e no ENADE) e 86 programas de pós-graduação (54% com conceitos 5, 6 e 7 na avaliação da CAPES).

Mas apesar de todo esses conceitos a UFRJ ainda precisa melhorar, segundo Ângela há uma baixa relação aluno/professor; baixa oferta de vagas, em especial nos cursos noturnos (36 mil alunos de graduação) e insuficiência de recursos para ampliação da assistência estudantil. “Na graduação existem altos índices de evasão – baixa taxa de concluintes e alta taxa de vagas ociosas; o tempo médio de conclusão é muito acima do recomendado”.

Plano Nacional de Desenvolvimento de Educação

No dia 24 de abril foi lançado pelo presidente Lula o Plano Nacional de Desenvolvimento de Educação – PNDE que prevê várias ações “muitas delas ligadas a nossa educação, como a implantação do índice de qualidade, o Implanta Brasil, Brasil Alfabetizado, plano de inclusão digital, saúde na escola, entre outras”, explica Ângela.

No âmbito das universidades federais o PNDE prevê outras ações, uma delas é o decreto 6.096, publicado dia 25 de abril, discutido na Plenária de Decanos e Diretores.

Ainda no PNDE existe a previsão da formação continuada de professores, em especial os do interior do Brasil, usando os recursos da universidade aberta do Brasil, que, segunda a decana do CCMN, a UFRJ é uma das consorciadas desse projeto. O Plano estabelece ainda uma unidade para contratar professores (os chamados equivalentes) ; o edital para criar condições de acessibilidade que já saiu e tem prazo até 31 de maio. E o MEC delega competências às universidades na gestão de pessoal. “Os processos que tinham que ir até Brasília para serem resolvidos, como o afastamento do país, agora estão a nível das universidades”, explica a professora.

PNE

O Plano Nacional da Educação (PNE), que é a lei 3172, de 2001, previa entre outros objetivos e metas, ate o final da década de 2010 a ampliação das vagas nas universidades de tal modo que 30% dos jovens entre 18 e 24 anos estivessem nas universidades. “Hoje a gente sabe que no Brasil essa meta não chega a 12%. Desses 30% de vagas, 40% estão previstas para serem em estabelecimentos públicos de ensino”, esclarece Ângela.

Dentro desse mesmo plano se prevê uma política de expansão da rede de universidades federais atendendo as regiões no Brasil não assistidas atualmente. É o caso das novas universidades que estão sendo implantadas, como por exemplo, no ABC paulista, e na Baixada Santista, além do projeto de aproveitamento no sistema de educação a distância para a formação de professores.


Caia na Loucura no CT

Kareen Arnhold da Agência UFRJ de Notícias - CT

Diluindo a loucura na sociedade, a terceira edição do Caia nesta Loucura trouxe os usuários da rede de saúde mental para a UFRJ, nestes dias 8 e 9. Organizado pela Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP/Coppe/UFRJ), em parceria com técnicos da rede de saúde mental, o evento deu visibilidade a apresentações de grupos culturais da área, organizou feiras de produtos artesanais confeccionados pelos usuários da rede e ofereceu cursos de empreendedorismo e gestão.

O objetivo - não apenas desta edição, como de todas que já aconteceram e das que acontecerão - é reunir técnicos e usuários da rede de saúde mental do Rio de Janeiro e capacita-los em relação à geração de renda, para que os portadores de transtornos mentais possam sair dos manicômios e atuarem de forma produtiva na sociedade. “A gente quer criar novos vínculos, fazer com que essas pessoas ocupem outros espaços dentro da sociedade. E aproveitamos para mostrar o trabalho que os usuários desenvolvem”, afirma Sérgio Roberto, coordenador do Projeto da Saúde Mental do ITCP.

A idéia do evento surgiu com o projeto de incubação da Cooperativa da Praia Vermelha (que funciona no Instituto Philippe Pinel), a partir do qual o ITCP foi desenvolvendo uma série de atividades relacionadas à área da saúde mental, dentre as quais tem destaque o Caia nesta Loucura.

 

 


Laboratório de Fisiologia da UFRJ promove Simpósio e homenageia Maria Lenk

Tainá Saramago

Na última quinta e sexta aconteceu o I Simpósio do Laboratório de Fisiologia do Exercício (Labofise-ive), da UFRJ, com o tema da mulher atleta. A abertura do evento foi marcada por uma homenagem do vice-diretor e professor da Educação Física e Desportos (EEFD) da UFRJ José Maria Pereira da Silva à falecida atleta e ex-diretora da EEFD Maria Lenk.

- É com muito orgulho e emoção que faço hoje essa homenagem à um exemplo de atleta e de mulher. A primeira mulher sul-americana a competir numa Olimpíada (1932) e a primeira mulher a ser diretora dessa instituição. Vocês jovens devem seguir o exemplo dela e ir a luta buscando o que querem. Maria Lenk é um grande exemplo de vida para todos nós -, afirmou José Maria.

Gestão do Conhecimento em saúde; treinamento esportivo da mulher; participação Olímpica feminina; exercícios e pacientes com hipo ou hipertiroidismo; disfunções menstruais em atletas; transtornos alimentares em atletas (anorexia e bulimia nervosas); necessidades nutricionais; nutrição e saúde de adolescentes; mulher, sociedade e cultura; a Tríade da Mulher Atleta; a postura e saúde da mulher atleta; treinamento contra-resistivo para mulheres; risco da atividade física para o obeso e apresentação de trabalhos por estagiários bolsistas do Labofise-ive foram os temas que marcaram os dois dias do Simpósio.

Os transtornos alimentares e a Tríade da mulher atleta foram temas muito debatidos. A tríade da mulher atleta é uma síndrome que as atletas desenvolvem transtornos alimentares, osteoporose e as disfunções menstruais. A questão é muito séria, pois essa síndrome é cada vez mais freqüente. “As meninas sofrem a pressão social de beleza e precisam estar magras para a prática dos esportes. A maioria não tem um acompanhamento nutricional correto e treina demasiadamente, o que acaba por começar a gerar a síndrome”, explicou a Professora e Doutora Fátima Palha de Oliveira.

- A mídia, inclusive, contribui com isso. Na maioria das vezes o que lemos no jornal é ‘a musa do volei’ , ou qualquer coisa do tipo. A mulher ainda não é vista como atleta, a questão da beleza ainda vem na frente. Isso é uma questão a ser pesquisada - , explicou a Professora e Doutora Elaine Romero, que deu o panorama da situação da mulher no esporte.