• Edição 066
  • 14 de dezembro de 2006

Saúde em Foco

Circuncisão corta em 50% risco de infecção por HIV

Pesquisa foi realizada pelos Institutos Nacionais de Saúde, nos EUA. Estudo confirma resultados sul-africanos anunciados no ano passado.

Do G1, com agências

Quando um estudo sul-africano, no ano passado, concluiu que a circuncisão reduzia em até 60% o risco de contaminação pelo HIV, vírus causador da Aids, os resultados foram recebidos com ceticismo. Mas novos resultados, agora com a chancela dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), dos Estados Unidos, acabam de confirmar o achado.

A porcentagem caiu um pouco, de 60% para 50% -- o que quer dizer que, para cada dois homens não-circuncidados contaminados com o HIV, um homem circuncidado era contaminado.

Os números são tão contundentes que os NIH decidiram suspender os testes no meio, por considerar anti-ético prosseguir -- expondo desnecessariamente homens não-circuncidados a um risco aumentado de contaminação pelo vírus.

Foram dois os estudos conduzidos, cada um com cerca de 8.000 pessoas. Eles aconteceram em Uganda e no Quênia, na África -- continente mais afetado pela epidemia de Aids --, e, se fossem até o final, deveriam ser concluídos no segundo semestre de 2007.

Enquanto os protocolos do estudo foram seguidos no Quênia, os pesquisadores viram uma redução de 53% em número de casos de HIV em homem circuncidados, em comparação com os não-circuncidados. Em Uganda, o número ficou em 48%.

Na prática, isso quer dizer que a chance de um não-circuncidado ser infectado pelo HIV é duas vezes maior que a de um circuncidado - o que não quer dizer que sejam poucos os contaminados que passaram pela circuncisão - cirurgia que consiste na extração do prepúcio, pele que recobre a extremidade do órgão sexual masculino. Para Kevin De Cock, diretor do departamento de HIV/Aids da Organização Mundial de Saúde, os resultados mostram que a cirurgia pode ser usada como uma estratégia para reduzir o avanço do vírus sobre populações mais afetadas. Mas ele ressalva que de modo algum a circuncisão poderá substituir outras formas de prevenção, mais efetivas, como o uso de camisinha.

Link original: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,AA1386579-5603-71,00.html

Fonte: G1.com.br

13/12/2006 - 18h55m