• Edição 064
  • 30 de novembro de 2006

Notícias da Semana

Forum discute nutrição

Kareen Anrhold, da AgN/Praia Vermelha

Com o objetivo de fortalecer política e tecnicamente a área de Nutrição no Brasil, teve início, neste dia 30 de novembro, o XXVII Consórcio das Instituições Brasileiras de Alimentação e Nutrição (CIBRAN), cujo tema é “Pós-graduação em Nutrição no Brasil: avanços e perspectivas futuras”.

O evento, realizado pelo Instituto de Nutrição Josué Castro da Universidade Federal do Rio de Janeiro (INJC/UFRJ), reúne profissionais para debater o ensino e financiamento de pesquisas para a área de Nutrição. De acordo com Gilberto Kac, coordenador do projeto e professor do INJC, o tema desta edição é estratégico para o desenvolvimento da ciência e tecnologia no Brasil, assim como para o encaminhamento das questões sociais e sanitárias mais prementes.

Á cerimônia de abertura contou com a presença de Almir Fraga Valladares, decano do Centro de Ciência e Saúde da UFRJ (CCS/UFRJ), José Eduardo Dutra de Oliveira, professor de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e Elizabeth Accioly, diretora do INJC. Dando início a palestra, Gilberto Kac esclarece: “a nossa idéia é discutir os principais pontos da pós-graduação em Nutrição, a produção científica, além da questão do financiamento e o papel importante do governo”.

Satisfeito pelo XXVII CIBRAN estar acontecendo na UFRJ exatamente no período em que o Instituto de Nutrição da universidade completa 60 anos de existência, Elizabeth Accioly ressalta a importância do evento em produzir reflexões e resultados: “o Consórcio abre espaço para que se repense o ensino de Nutrição no Brasil, além de possibilitar novas parcerias e encaminhamentos, que ajudem na consolidação da nossa área”.

A integração de pessoas, com conseqüente compartilhamento de conhecimento e de propósitos, é, para Almir Valladares uma das principais características do CIBRAN: “é fundamental a reunião de profissionais que se dedicam a garantir a qualidade tanto na formação de recursos humanos quanto na proporção de conhecimentos, principalmente de alimentação e nutrição, setores que têm sido negligenciados pela mídia, que atua sob pressão financeira do mercado”.

De acordo com o decano, está o criador do CIBRAN, José Carlos Eduardo Dutra: “a boa qualidade de vida está direta e indiretamente ligada à nutrição e alimentação, por isso, o bom preparo dos profissionais da área é fundamental, e o CIBRAN, fórum intersocial, interprofissional e transdisciplinar é o espaço adequado para se discutir as questões essenciais”.

O evento, que acontece no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, campus da Praia Vermelha, se estende até esta sexta-feira, dia 1 de dezembro, discutindo temas como a produção científica e publicação na área de Nutrição e as experiências positivas em Pós-graduação em Nutrição.
No enceramento, haverá a premiação das três melhores dissertações de mestrado em Nutrição do Brasil, neste último ano.


A dança no espaço universitário

Mariana Elia

O III Seminário Conhecendo e Reconhecendo a Dança na UFRJ teve abertura na terça-feira, 28, e se prolonga até o dia 7 de dezembro. A mesa de abertura foi composta por Frank Wilson Roberto, chefe do Departamento de Arte Corporal da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) e coordenador do evento, Alexandre Mello e Waldyr Mendes Ramos, respectivamente o ex-diretor e atual diretor da escola, Almir Fraga Valladares, decano do Centro de Ciências da Saúde (CCS) e Laura Tavares, que, representando a Reitoria, agradou o público com seu discurso acalorado.

“Como uma espécie de prefeito dentro da estrutura organizacional da universidade”. Dessa forma, o professor Frank Wilson inicia sua fala para explicar um pouco da história e dos objetivos de promover um encontro sobre dança. Segundo ele, o propósito era criar um espaço de incentivo e escoamento do que se pensa em dança cientificamente. O seminário foi idealizado por Kátya Gualter, coordenadora do curso de Bacharelado em Dança, e Leonel Brum, diretor artístico dos eventos Dança Brasil.

Frank Wilson festejou o retorno dos estudantes e de instituições externas, que inscreveram trabalhos para mostra, mas que “infelizmente não puderam ser aproveitados, por terem sido enviados fora do prazo”. Ainda assim, ele acredita que, em uma próxima edição, outras organizações terão espaço garantido.

Para os professores convidados à mesa, o curso de Dança da EEFD é um exemplo a ser seguido na universidade. Alexandre Mello, que incentivou a estruturação do encontro desde 2004, disse que o Departamento de Arte Corporal está de parabéns por todo esforço e determinação em sua prática de ensino e pesquisa. Waldyr, em tom humorado, brincou: “eu fui da primeira turma que tinha como disciplina obrigatória a dança. Era uma espécie de piada para a escola ver aqueles homens dançando, sem o menor jeito”. Para o diretor, esse departamento é um dos mais fortes da EEFD e seu exemplo deve ser seguido por outros setores.

O decano do CCS também compartilha essa opinião, mas admite que só agora está “conhecendo e reconhecendo esse espaço universitário”. Almir destacou o programa do III Seminário Conhecendo e Reconhecendo a Dança na UFRJ, que demonstra a integração e a interinstitucionalidade, “ao contrário da fragmentação universitária, que nós tanto vemos e discutimos”, disse.

O discurso de Laura Tavares, no entanto, foi o mais inflamado. Remetendo-se a EEFD, a pró-reitora de Extensão aclamou sua estrutura e disponibilidade aos eventos universitários (a escola acolheu os dois últimos Conhecendo a UFRJ, no qual, em 2006, contou com cerca de dez mil estudantes). A EEFD foi capaz, segundo a professora, de casar a tríade, Ensino/Pesquisa/Extensão, com harmonia, mostrando que essa divisão é artificial e prejudicial à universidade.

Laura Tavares convidou ainda os responsáveis pelo curso de dança para construir uma grande área das artes, um desafio que deseja propor já para o próximo ano. “Essa é uma forma revolucionária de pensar a universidade. Todo mundo tem que saber sobre artes. Os alunos não podem estar restritos ao conhecimento específico de seus cursos”, declarou. Aplaudida de pé, a pró-reitora emocionou-se.

Após o lançamento dos anais Conhecendo e Reconhecendo a Dança na UFRJ/ II Seminário Interno do Departamento de Arte Corporal da EEFD/UFRJ, o público pôde assistir ao espetáculo Girakandomb, de Tatiana Damasceno, com a Companhia de Dança Contemporânea Helenita Sá Earp.


Humanizar é preciso

Renata Magliano

Na intenção de discutir temas como o acolhimento no Serviço de Emergência e a questão da ética na formação dos profissionais de saúde, a Comissão de Direitos do Paciente do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) realizou o V Encontro de Pacientes do HUCFF. O evento ocorreu no período de 28 a 30 de novembro, no Auditório Halley Pacheco, na Ilha do Fundão.

O objetivo maior do encontro é contribuir para uma mudança no padrão de acolhimento do serviço de emergência do hospital, pautada nos princípios da humanização do Ministério da Saúde. “Reunimos as principais temáticas trabalhadas pela Comissão organizadora durante o ano. Queremos, com isso, criar um espaço de reflexão acerca dos princípios de humanização do Ministério da Saúde”, ressaltou Maria da Conceição Lopes Buarque, presidente da Comissão de Direitos do Paciente do HUCFF.

Regina Rodrigues Chaves, coordenadora do Programa de Humanização do HUCFF, falou sobre o projeto no Sistema Único de Saúde (SUS). A Política Nacional de Humanização (PNH), vinculada à Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) do Ministério da Saúde, visa divulgar ações que possam servir de exemplo para os que desejam melhorar o SUS. “Humanizar é compromisso com a profissão e com o próximo. Todas as pessoas têm que buscar dentro de si mesmas qualidades para continuar dando um cunho mais humano ao seu trabalho”, afirmou.

O encontro foi iniciado pelo professor Alexandre Pinto Cardoso, diretor geral do HUCFF, que enfatizou que é preciso ter uma postura de atender as pessoas com humanidade. Na mesa que debateu Acolhimento – Desafio do Processo de Gestão, também estavam presentes Marilene Barroso Carneiro, chefe do Serviço Social do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) da UFF, Marcos Freire, professor da Faculdade de Medicina da UFRJ e chefe do Serviço de Emergência (SEM) do HUCFF. A mesa foi mediada por José Ernesto dos Santos, coordenador do Programa de Qualidade do HUCFF.

A importância da presença de profissionais de diferentes áreas para discutir questões como humanização, está no fato de que todas elas podem e devem colaborar de alguma forma para esse fim. E um dos setores que sempre esteve ligado à questão do acolhimento, é o Serviço Social, pois o assistente social tradicionalmente dentro da instituição é um profissional da escuta, que faz uma articulação com outros serviços, garantindo os direitos sociais das pessoas.

Segundo Elen Regina de Oliveira, assistente social e chefe da sessão de Pacientes Externos do HUCFF, o paciente que tem às vezes seu direito negado, o acesso não favorecido, o primeiro profissional que ele procura é o Serviço Social até porque é tradicional nas instituições públicas de saúde o serviço social garantir o acesso.

 -O acolhimento não deve ser pensado apenas como uma política voltada para o usuário. Temos que pensar também na própria equipe, porque se não a trabalharmos bem, é pouco provável que ela vá conseguir desenvolver um bom trabalho com o usuário. Garantir a escuta, valorizar as queixas, os questionamentos e as necessidades dos usuários de saúde encerram a nossa intervenção- explicou Elen.


Problemas financeiros preocupam Instituto do Coração

Isabella Bonisolo

Os problemas financeiros e administrativos do Instituto do Coração Edson Abdala Saad (Iceas) foram discutidos na reunião do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), realizada na última sexta feira, dia 24 de novembro. O encontro com o reitor Aloísio Teixeira focou uma das principais preocupações dos membros do Iceas: os entraves no desenvolvimento da unidade.

Henrique Murad, diretor do Instituto e chefe do Serviço de Cirurgias Cardiovasculares do HUCFF, salientou a importância da participação no PDI como uma chance de criar novas estratégias de fomento para o avanço da unidade idealizado por Edson Saad. Segundo o diretor, a necessidade de um plano de orçamento mais preciso foi a questão mais recorrente nas reuniões preparatórias para o PDI.

Doutor Carlos Sérgio Bastos aponta que a prevalência das doenças cardiovasculares em países emergentes tem sido maior que as taxas de crescimento populacional. Com isso, os custos dos procedimentos de intervenção médica nessas doenças são mais onerosos. “Temos que avançar para a autonomia administrativa para não sermos um instituto virtual e sim um efetivo”, declara o médico.

Nelson Souza e Silva, chefe do Serviço de Cardiologia do HUCFF e vice-diretor do Iceas, explica a peculiaridade desse instituto demonstrando como ele foi criado. “O Iceas não é uma unidade especializada, como os outros institutos antigos foram criados. O da UFRJ surgiu para atuar no maior problema de saúde do país. Ele é uma unidade para reunir todas as especialidades que estejam voltadas para sar solução a saúde cardiológica. Esse é um dos mecanismos que podem banir a fragmentação da universidade”, explica o cardiologista que enfatiza que, apesar dessa nova união, a individualidade das áreas será mantida.

Entretanto, Antônio Paes de Carvalho, professor emérito da UFRJ, defendeu que nem sempre a fragmentação da universidade – tão criticada pelo reitor durante os PDIs – é maléfica. Ele acredita que quando as especialidades estão estanques, há um esforço e motivação maior para propor novas soluções distantes do seu conhecimento de origem. O professor ainda enfatizou a importância da absorção da mão de obra qualificada que a própria UFRJ produz: “a área de saúde tem as únicas profissões em que a formação está aqui na universidade. Temos que dar rentabilidade a essa indústria e absorver o que sai de lá.”.

O reitor Aloísio Teixeira acredita que o problema geral de todas as instituições de saúde são os atuais modelos de gestão hospitalar. “Podemos tentar proteger esse novo instituto do coração do sistema financeiro de gestão da saúde”, propôs o reitor.

 


Segurança nos campi da UFRJ é discutida em plenária

Fabíola Ortiz, AgN/Praia Vermelha

Durante a plenária de decanos e diretores realizada no dia 27 de novembro, no Forum de Ciência e Cultura da UFRJ foi abordada a questão da segurança nos campi da universidade. O fato foi exposto pelo prefeito da UFRJ, Hélio de Mattos, que falou da necessidade de maior controle nos acessos e entradas dos campi e criação de crachás para alunos, professores e funcionários. “Esse fórum só será importante se tivermos a iniciativa e colocarmos em prática os projetos”, disse Hélio de Mattos.

O controle faz parte de um plano que vem sendo implementado aos poucos, devido à falta de recursos financeiros. Segundo o prefeito, o primeiro local onde todos os funcionários foram cadastrados foi a própria prefeitura e o resultado tem se mostrado bastante satisfatório. O porteiro observa quem entra e identifica quem não tem a carteirinha, não tendo sido necessário o uso de catracas.

Na Praia Vermelha, no entanto, esse controle tem gerado polêmica já que nem todos tiraram a carteirinha e o acesso ao campus e as unidades é permitido a qualquer pessoa sem a necessidade de apresentar nenhum documento de identificação.

O prefeito falou também da questão do esgoto e do lixo gerado na universidade, em especial do Hospital Universitário: “os hospitais são grandes fontes de materiais recicláveis, a universidade deve aliar-se à cooperativa de catadores de materiais recicláveis” e ainda complementa que “temos que trabalhar em conjunto, está na hora da universidade se posicionar”.

O diretor da Faculdade de Medicina, Antônio Ledo, reforçou também a necessidade de uma política hospitalar integrada, “estratégias específicas para trabalhar em rede deve ser um espaço multidisciplinar de integração para projetos de extensão, criar uma forma de discutir propostas de relações acadêmicas”.

Laura Tavares da Pró-reitoria de Extensão (PR-5), em sua apresentação, falou da necessidade do setor de Extensão: “é preciso que cada unidade tenha estruturado a sua diretoria de Extensão” e complementa que “a Extensão está fazendo muita falta na UFRJ”. Laura Tavares acrescenta que a PR-5 “está realizando um esforço grande para articular os projetos de Extensão da universidade”, e explica que já foram levantados mais de 20 projetos relacionados ao meio-ambiente, além de haver um registro de 31 projetos audiovisuais em andamento. E finaliza, “precisamos articular e unificar os projetos de extensão da UFRJ”.  

A Plenária contou com a presença do reitor Aloísio Teixeira; da vice-reitora Sylvia Vargas; de decanos e diretores das diversas unidades da instituição.