• Edição 063
  • 23 de novembro de 2006

Microscópio

A Vida bem-vinda

Renata Magliano

No intuito de discutir a ciência transdisciplinar sobre o início da vida, o Instituto de Yoga e Terapias Aurora, com o apoio do Ministério da Saúde e das Secretarias Municipal e Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, realiza o 16º Encontro de Gestação e Parto Natural Conscientes do dia 24 a 26 deste mês. O evento, que terá lugar no Espaço Tom Jobim - Cultura e Meio Ambiente no Jardim Botânico-RJ, tem como tema A Vida Bem-Vinda – O primeiro direito humano: a informação de como nascer melhor.

De acordo com dados do Sistema Único de Saúde (SUS), anualmente são realizados 2,3 milhões de partos e 80% deles são cirúrgicos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que essa taxa não passe de 15%. Para incentivar mães e médicos a optarem pelo parto normal, o Ministério da Saúde lançou em maio a campanha pelo parto humanizado.

Caracterizado pela falta de anestesia, cortes e medicamentos para a indução do nascimento, ele vem sendo praticado tanto no ambiente familiar como em alguns hospitais. Em muitos casos os obstetras são substituídos por parteiras.

-A mulher pode optar em como ter o bebê, mas as condições clínicas dela e da criança devem ser avaliadas pelo médico. Para a mulher sem risco é indicado o parto normal. A cesárea é boa para amenizar o desconforto do parto e mais conveniente para o médico – detalhou Fátima Nascimento Azevedo dos Reis, enfermeira obstetra e professora do Departamento Materno-infantil da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN).

Na rede pública de saúde, que compreende hospitais do SUS, hospitais beneficentes e universitários, o parto ainda é tratado de forma tradicional. Têm-se falado em resgatar o processo fisiológico normal. Por isso, muitas mulheres preferem realizar o parto em casa, sem anestesia e às vezes sem a presença de um profissional especializado. “Já foi tempo em que os obstetras saíam de casa na madrugada para atender uma paciente”, explicou a professora.

As casas de parto, projeto do governo, têm o objetivo de reduzir mortes evitáveis, causadas, por exemplo, pelo parto normal mal conduzido. “Essas casas atendem somente mulheres de baixo risco para parto normal. A natureza tem que agir por si só”, concluiu Fátima.