• Edição 061
  • 09 de novembro de 2006

Saúde em Foco

Entrega de prêmios marca comemoração dos 55 anos da Capes



Juliana Andrade


Brasília - As comemorações dos 55 anos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ligada ao Ministério da Educação, foram marcadas por duas premiações. Em solenidade realizada hoje (8) no Palácio do Planalto, o ministro da Educação, Fernando Haddad, entregou os 6º Prêmio Anísio Teixeira e o Grande Prêmio Capes de Tese.

O prêmio que leva o nome do intelectual e educador baiano Anísio Teixeira, primeiro presidente da Capes, é concedido a cada cinco anos. Este ano, os educadores homenageados foram Leopoldo de Meis, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Ana Lúcia Almeida Gazzola, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Abílio Afonso Baeta Neves, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Sandoval Carneiro, da UFRJ; Newton Sucupira, professor aposentado pela UFRJ; e o geógrafo Milton Santos, já falecido.

Na solenidade, o presidente da Capes, Jorge Guimarães, destacou a importância do trabalho desses educadores para promover a formação de pessoal qualificado no país. “A educação cada vez mais requer a incorporação de tecnologias inovadoras e o setor tecnológico impõe e requer um nível mais qualificado de qualificação educacional”.

Um dos homenageados, o professor titular de bioquímica da UFRJ, Leopoldo de Méis, organiza desde 1985 cursos experimentais para jovens estudantes e professores de escolas públicas da periferia do Rio de Janeiro. Segundo ele, os alunos que se destacam fazem estágio sob a supervisão de um aluno de pós-graduação e recebem auxílio mensal de R$ 150, além de reforço escolar.

De acordo com o professor, já passaram pelo estágio 46 jovens. Desses, mais de 60% conseguiram entrar numa universidade pública. “A idéia não é melhorar o menino, mas levá-lo até a universidade. E dos que já conseguiram fazer um curso superior, mais de um terço também fez pós-graduação”.

Já o Grande Prêmio Capes de Tese, em sua primeira edição, homenageou os autores dos três melhores teses de doutorado produzidas no Brasil no ano passado. No total, foram inscritos 228 trabalhos, e para cada conjunto de grandes áreas do conhecimento, uma tese foi selecionada.

 Nas áreas de ciências biológicas e saúde (Grande Prêmio Capes de Tese Carl Peter von Dietrich), o vencedor foi o pesquisador Cláudio Teodoro de Souza, da área de biologia do Programa de Pós-graduação em Clínica Médica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ele patenteou um novo medicamento para o tratamento da diabetes tipo 2.

A proteína PGC-1alfa, identificada por Souza, atua simultaneamente no aumento da liberação de insulina pelo pâncreas e no aumento da ação biológica da insulina em órgãos como o fígado. De acordo com o pesquisador, a descoberta pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes que hoje utilizam dois ou mais medicamentos para controlar a diabetes, e futuramente, se o medicamento for liberado para venda em grande escala, poderão usar apenas uma.

“O tratamento poderia ser feito com uma única droga nacional, uma vez que a maioria dos medicamentos usados hoje em dia são importados”, destacou.

Nas áreas de engenharia, ciências exatas e da terra (Grande Prêmio César Lattes), o primeiro colocado foi o químico Cláudio Patrício Ribeiro Júnior, do Programa de Pós-graduação em Engenharia Química da UFRJ. Ele criou um sistema capaz de concentrar o suco de laranja, sem prejudicar o aroma e o sabor.

O suco é concentrado para ser exportado, e o Brasil é o maior exportador de suco. Então se você consegue concentrar o suco reduzindo ao mínimo a diferença de sabor em relação ao original, você vai fornecer um diferencial de qualidade para o suco nacional, tornando-o mais competitivo no mercado”, explicou o químico.

Já nas áreas de ciências humanas, sociais aplicadas e lingüística, letras e artes (Grande Prêmio Florestan Fernandes), o homenageado foi a historiadora Maraliz de Castro, da Unicamp. Ela é autora de uma tese que destaca a função histórica da arte, escrita com base na análise do quadro Tiradentes Esquartejado (1893), de Pedro Américo.

A cada ano novos cientistas serão escolhidos para dar nome aos títulos dos prêmios.

Link Original: http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2006/11/08/materia.2006-11-08.9068301323/view  

Fonte: Agência Brasil - DF - Notícias Online - 08/11/2006