• Edição 051
  • 31 de agosto de 2006

Notícias da Semana

PDI tem boa aceitação no CCS

Isabella Bonisolo

Boa aceitação na Faculdade de Farmácia

As diretrizes apontadas pelo documento do Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional (PDI) realmente agradaram aos integrantes da Faculdade de Farmácia (FF). O encontro com o reitor Aloísio Teixeira, ocorrido dia 29 de agosto, foi marcado por elogios e poucas ressalvas tanto do corpo docente, quanto do discente.

A organizada preparação da FF para o debate deve ser destacada. Na tentativa do amadurecimento de idéias e sugestões, três reuniões entre o diretor e chefes departamentais foram feitas. Apesar de alguns consensos apresentados, Carlos Rangel, diretor da unidade, prometeu muito mais no dossiê impresso que será entregue à comissão do PDI. “A estrutura departamental fragmenta a própria unidade. Ela engessa e inibe as novas fronteiras do conhecimento”, expõe Rangel, ao iniciar sua lista de observações construídas em conjunto.

Os pontos fracos da estrutura divisional em departamentos estiveram presentes nas intervenções de todos os professores presentes à reunião. Entre os problemas apontados, está a rigidez que, na maioria das vezes, impede a interação entre os núcleos. “Se queremos mudar, temos que amadurecer essa idéia. Não basta substituir essa estrutura por outra igual, apenas com nome diferente”, atenta a professora Carla Holandino.

Outra questão que contagiou a todos, foi a política de expansão do número de vagas na UFRJ. Estudantes presentes ao evento defenderam que essa decisão deve ser acompanhada de projetos de assistência estudantil. Aprovam que o item do PDI que discute a ampliação do número de vagas. Principalmente se forem para cursos noturnos, pois, segundo eles, garante a participação de estudantes de baixa renda.

O reitor afirmou ser contrário a estrutura departamental e a julgou como um entrave a ser superado. “Essa é uma discussão do mundo inteiro. Ela é produto do Positivismo e algo bem perverso, pois não permite mobilidade horizontal. É estranho pensar que o conhecimento cabe em uma caixinha fechada”, argumenta Aloísio. Segundo ele, a dificuldade de criação de novos cursos e ampliação de vagas encontram um grande aliado nesse esquema. “Devemos adotar uma estrutura mais flexível para acompanhar a mobilidade do mundo”, conclui o professor.

 Medicina debate Ensino a Distância

Sem dúvidas, o PDI da Faculdade de Medicina (FM), realizado no dia 25 de agosto, superou as expectativas iniciais dos presentes. Temperado com bom humor e apimentado com uma calorosa discussão sobre o Ensino a Distância (EAD), a reunião com o reitor Aloísio Teixeira saiu de sua habitual rotina logo após a apresentação inicial do documento impresso da proposta do PDI.

Os PDI, normalmente, costumam reunir apenas a comunidade docente e a exposição de dúvidas e sugestões, ficando restrita a ela. Na FM, porém, tudo foi diferente. A presença e a atuação dos estudantes foi marcante e “sacolejou” a monotonia e formalidade do encontro. Eles mostraram que estão interados com os problemas da universidade e que têm disposição e vontade de participar da reflexão para uma UFRJ melhor.

A estudante Letícia Hastenreiter, representante do Centro Acadêmico Carlos Chagas (Cacc), da Medicina, afirmou que os alunos se reuniram para a análise do PDI e perceberam certas contradições de idéias. “Na ‘Missão da Universidade’ diz que devemos preparar o estudante para refletir a sociedade em que vive. Em outro item, temos: ‘aprimoramento do Ensino a Distância’. Na opinião do Cacc, o Ensino a Distância não é de maneira nenhuma capaz de fazer com que alunos sejam preparados para discutir a sociedade em que vivem. Não há vínculo professor-aluno, não há o tripé Ensino-Pesquisa-Extensão e receber apostilas em casa ou estudar pela Internet não trará ensino de qualidade”, argumenta a representante do CA.

A opinião da estudante gerou conflitos com professores que fizeram questão de se manifestar após a jovem. Segundo a professora Vera Halfoun, uma defensora do Ensino a Distância, “há cursos que são perfeitamente cabíveis. É claro que não o de Medicina”. O conjunto de docentes que discursaram sobre o tema apontou as dificuldades do país, e defendeu que se deve buscar alternativas para a superação desses problemas, validando assim, a adoção do EAD.

À parte a esse peculiar momento, o diretor da Faculdade de Medicina, professor Antônio Ledo, compartilhou a dificuldade de administrar o curso de Fisioterapia e Fonoaudiologia juntamente com o de Medicina. “A Fonoaudiologia e a Fisioterapia funcionam com muitos professores substitutos e a universidade tem que pensar sobre isso. Eu, particularmente, penso que esses cursos podem ficar na Faculdade de Medicina e com o processo de crescimento, eles devem afastar-se”, opina o diretor.

O reitor, apesar de afirmar que o PDI não é da Reitoria, mas da universidade, preferiu não se manifestar diretamente sobre a discussão do EAD. “Eu compartilho da cautela dos estudantes. Faço a eles um convite para irem aos pólos do Cederj (Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro), para melhor conhecê-los, para depois criticá-lo. A universidade deve ser a casa do debate, mas temos a obrigação de saber que nós não somos apenas participantes, mas sujeitos de uma sociedade que exclui. Esse problema tem que ser solucionado agora, não no século XXIII”, defende Aloísio.


Faculdade de Odontologia oferece serviços a população

O Departamento de Patologia e Diagnóstico Oral da Faculdade de Odontologia da UFRJ tem como objetivo oferecer à população leiga e especializada os serviços de Radiologia, Estomatologia e Patologia.

No serviço de Radiologia, são feitas radiografias intra e extra-orais para tratamentos dentários, ortodônticos e cirúrgicos cobrando-se um valor abaixo do mercado e que podem ser agendadas através do telefone 2562-2043.

O serviço de Estomatolgia é referência no diagnóstico e tratamento das doenças de boca. Atendemos pacientes tanto de clínicas privadas quanto de instituições públicas e as consultas podem ser agendadas através do telefone 2562-2046, sendo cobrado apenas uma taxa simbólica.

O Laboratório de Anatomia Patológica é direcionado às patologias bucais, atuando tanto na esfera de diagnóstico como no preparo de material para pesquisas de vários setores desta universidade.

Estes serviços de diagnóstico, preparo de material para teses e projetos são oferecidos tanto para a população interna da universidade quanto para a população advinda de outras origens.

A reformulação do Departamento de Patologia e Diagnóstico Oral, através de uma reestruturação global, permite além dos seus serviços, a implantação de vários cursos para a formação de profissionais especializados na área de Estomatologia, Patologia e Diagnóstico Oral.

O departamento oferece hoje uma diversidade de ações assistenciais e científicas para a população.

Mais informações nos telefones: 2562-2071 (Marco Aurélio e Jilzane), Estomatologia: 2562-2046 (Edna e Flávia) e Radiologia: 2562-2043 (Leila e Jussara).


Semana de Psicologia

Kareen Arnhold e Mariana Borgerthi , Agência de Notícias – Praia Vermelha

O III Congresso de Psicologia da UFRJ realizado entre os dias 28 de agosto e 1º de setembro apresentou diversos temas ligados a área. Um dos mais polêmicos foi a Reforma Psiquiátrica, que visa colocar a internação hospitalar como último recurso e valorizar a integração social no tratamento dos pacientes com doença mental.

Durante a palestra Direito e saúde mental Walter Melo, que é diretor administrativo do Espaço Terapêutico Artaud explicou que o trabalho de sua instituição visa defender os direitos dos pacientes com doenças mentais, através de assistência médica, desenvolvimento de atividades artísticas e assistência social.

O jurista Roberto Osman, que também trabalha no espaço Artaud, reafirma os benefícios garantidos por lei aos portadores de doenças. Para ele a participação do paciente além de necessária, estimula melhorias durante o tratamento. “Em matéria de lei estamos muito bem. O direito faz parte da terapia”.

Hoje existem mecanismos para facilitar e estimular a reintegração de pessoas que sofreram isolamento clínico. Um deles é o chamado “de volta pra casa”, um incentivo financeiro que algumas famílias recebem para acolher e manter o paciente em tratamento.

Hoje também está havendo um controle nos casos de isolamento. As leis atuais dizem que diante de um pedido de internação é necessário um laudo médico para se determinar sua necessidade. No caso de um pedido involuntário deve haver uma notificação ao Ministério Público, no prazo de 72 horas.

O evento teve grande participação de estudantes não só da UFRJ, como também de outras universidades. Eles tiveram acesso a informações sobre os diversos campos de atuação profissional, como “Projeto de reabilitação psicossocial no instituto Philipe Pinel”, “Direito e saúde mental”, “Yoga para gestantes: humanização dos fundamentos da psicologia do pré-natal” e “O mercado de trabalho e a construção da carreira”

Durante a palestra “Projeto de reabilitação psicossocial no instituto Philipe Pinel” foram apresentados alguns projetos que ocorrem dentro do Instituto. Tais ações seguem as diretrizes da reforma psiquiátrica visando reintegrar os pacientes na sociedade.

Um destes projetos é a Escola de Informática, coordenada por Erinia Belchior. A Escola foi fundada no ano de 2000, com o apoio do Comitê Democratizador da Informática (CDI). A meta é resgatar a cidadania e promover a inclusão digital e social. “Depois que o paciente inicia as atividades é possível ver uma mudança de comportamento em relação aos cuidados com ele mesmo: passam a ter mais autonomia nos seus próprios atos” – afirmou a coordenadora.

Outro assunto em pauta foi sobre o uso de técnicas de Yoga durante o pré-natal nas políticas públicas de saúde. O objetivo dessa proposta é a prevenção de doenças e a humanização da atuação dos profissionais da área.

Diante do quadro de mortalidade materna na gestação, parto e pós-parto, a doutora Roberta Cláudio Vieira, psicóloga com atuação em Saúde Coletiva e professora de Yoga, falou aos alunos da UFRJ sobre a importância desta técnica de meditação. “À medida que tem o objetivo de integrar corpo e mente, e de fazer com que as pessoas sintam maior bem-estar, o yoga contribui para a saúde física, mental e emocional”.