O reitor Aloísio Teixeira visitou na última sexta feira, dia 4 de agosto, o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), dando seqüência ao ciclo de discussões do Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Institucional (PDI). Como de costume, a primeira parte do encontro priorizou uma rápida explicação da estrutura do documento impresso que foi distribuído por toda a universidade. Certas ressalvas em relação ao conteúdo escrito foram feitas pelo reitor, que lembrou que o plano foi elaborado há mais de um ano, e por isso vácuos e defeitos podem ser encontrados. “Esse documento ficou pronto há mais de um ano. Além de erros, há insuficiências. Não há discussão sistemática dos nossos hospitais e políticas de atenção a saúde. Essa é uma contribuição que vocês podem trazer”, explica Aloísio.
A principal “bandeira” levantada pelo reitor não ficou de fora desse encontro do PDI. A questão da luta contra a cultura de fragmentação da universidade foi abordada incisivamente, mas sempre deixando claro que as identidades individuais históricas dos cursos, como o de medicina, por exemplo, não serão apagadas. Para Aloísio, “nós não avançaremos no sentido de criar esse espírito realmente universitário se não levarmos em conta e valorizarmos essas identidades que foram historicamente constituídas. Trata-se, portanto, não de anulá-las, mas de criar um ambiente na qual elas possam se unir em uma identidade superior que seria a Universidade Federal do Rio de Janeiro”.
A proposta da composição de um Plano de Desenvolvimento democrático, deu a oportunidade de voz aos funcionários do HUCFF que quisessem expor opiniões sobre o documento. “A intenção não é aprovar o PDI, e sim abrir discussão. Nosso interesse é que esse documento seja imensamente discutido pelas comunidades das várias unidades que compõe a UFRJ”, propõe o reitor.
O diretor do HUCFF, professor Alexandre Cardoso, manifestou em nome do hospital o interesse pelo documento. Primeiramente, colocou em pauta a necessidade de formação de um Complexo Hospitalar e da mudança do perfil das unidades de internação. “Nós achamos que devemos ser um complexo hospitalar, com complementaridade, para que possamos ter a universidade apresentando-se com múltiplas possibilidades. Temos esse Hospital Universitário, o Hospital São Francisco, e muitas outras unidades que se complementam e interpenetram. Porém temos que fazer essa formulação, para avançarmos nessa direção”, argumenta o diretor.
O professor Nelson Souza e Silva atentou para a forma de apresentação dos hospitais da UFRJ frente ao Sistema Único de Saúde (SUS), “nós temos que nos apresentar ao SUS como UFRJ e não individualmente como Instituto do Coração, Instituto do Tórax, por exemplo. Nós não somos somente um hospital de ensino, temos uma estrutura que atende ao SUS. Temos que contratualizar isso, para ofertar tudo o que a universidade tem”.
Outra questão levantada durante o encontro foi a inclusão de algum projeto no documento do PDI para área inutilizada e abandonada do prédio que cedia o hospital, apelidada pela comunidade acadêmica de “perna seca”. O diretor do HUCFF ressaltou que a imagem do local desmoraliza a universidade e que algo precisa ser feito. Inúmeras sugestões foram apresentadas, como a utilização da data dos 200 anos da Faculdade de Medicina como mote para angariar verba para a revitalização do espaço.
No aspecto da gestão hospitalar, professor Cardoso defendeu uma inserção mais clara e definida dos Hospitais Universitários (HUs) dentro da universidade, para que novas políticas de saúde possam ser executadas. “Recentemente, foi colocado pelo MEC a possibilidade dos hospitais universitários terem um gerenciamento diferenciado. Os HUs formam um campo indispensável na nossa área de conhecimento. Precisamos rever nossa posição para que possamos realizar melhor o ensino e pesquisa de extensão”, declara o diretor.
Com a palavra de resposta, o reitor Aloísio Teixeira rebateu que o relacionamento dos HUs com o SUS não é questão do PDI e concordou com a necessidade do HUCFF ser um lugar de soma para a educação dos membros discentes do Centro de Ciência e Saúde (CCS). “O hospital universitário tem que ser uma extensão e servir a comunidade”, concluiu Aloísio.O
Centro de Ciência e Saúde (CCS) realizou dia
7 de agosto, a recepção de seus calouros.
O evento, aconteceu no auditório Rodolpho Paulo
Rocco e deu aos novos estudantes a oportunidade de conhecer
melhor a estrutura e a história do CCS. O momento
de boas vindas foi repleto de parabéns aos ex-vestibulandos.
O Pró-reitor de Graduação e Corpo Discente da UFRJ, professor
José Roberto Fernandes, esteve presente em nome do reitor Aloísio
Teixeira, para felicitar os mais novos membros da universidade. Em seu discurso,
falou da importância da manutenção estreita de vínculo
entre estudantes e corpo docente, não somente para o sucesso da instituição,
mas para o pessoal de cada um deles.
O professor Jorge Fernando Teixeira, Coordenador de Graduação do
CCS, apresentou aos estudantes um verdadeiro manual de sobrevivência universitária.
Além de incentivar a “elite nacional” – como ele mesmo
frisou – a fazer jus ao seu diploma, explicou detalhadamente o que calouros
sempre precisam, mas nunca sabem o que é, como siglas, localização
da sala de direção, laboratórios, entre outros.
O professor Tomaz Langenbach, Coordenador de Biossegurança CCS/UFRJ, informou
aos presentes sobre a importância de certos cuidados preventivos para evitar
acidentes nos laboratórios em que as aulas acontecem. O professor tentou
quebrar o mito de que esses locais são de extrema periculosidade, ressaltando
que quando usado de maneira adequada, viram instrumentos que fazem parte da essência
da universidade: conhecimento científico.
O coordenador fez questão ainda de incutir uma política da educação
desde o primeiro momento dos novos discentes. Chamou atenção para
a campanha contra a depredação do patrimônio da UFRJ, principalmente
daqueles que visam a segurança. Lembrou que ao destruir um extintor dos
laboratórios do subsolo do CCS, por exemplo, eles podem estar pondo em
risco suas próprias vidas. “Temos que ter uma preocupação
muito grande com esses equipamentos. Se esse equipamento desaparecer, só tem
duas alternativas: ou os alunos tem aulas sem nenhuma segurança, ou há interdição,
o que significa que toda a programação didática fica completamente
perturbada”, conclui Langenbach.
Roberto Leher, professor do Departamento de Fundamentos da Educação,
da Faculdade de Educação (CFCH/UFRJ), fez um panorama sobre os
rumos da Educação Superior Pública. “Em 2005, das
vagas oferecidas nas universidades, apenas 12% eram para instituições
públicas”. Leher afirmou, ainda, que a universidade precisa ter
suas próprias leis para se chegar ao conhecimento. “Isso não é uma
tentativa de se desvincular da comunidade e sim uma maneira de auto-arrumação”,
explica.