• Edição 042
  • 29 de junho de 2006

Microscópio

UFRJ treina representantes brasileiros para a Olimpíada Internacional de Biologia

Taisa Gamboa

A Olimpíada Internacional de Biologia (IBO) é uma competição para estudantes de nível médio que visa medir suas aptidões na resolução de problemas biológicos e experimentais. Os 49 países que participam da competição enviam quatro dos seus melhores estudantes, e dois chefes de equipe, que são, geralmente, professores ou membros governamentais, aos países sede. Na América do Sul os únicos participantes são a Argentina - na competição há dez anos - e o Brasil, que participa pela segunda vez.

De acordo com Maria Fernanda Quintela, diretora do Instituto de Biologia (IB) da UFRJ, o objetivo da IBO é desafiar e estimular os estudantes a expandir seus talentos e promover suas carreiras como cientistas. A olimpíada oferece a oportunidade de comparar programas e tendências educacionais de diferentes países, informações importantes para a melhora da educação nacional.

No ano passado, Rubens Oda, mestre em Biologia pela UFRJ, coordenou a equipe brasileira que participou da Olimpíada Internacional, em Beijing, na China. Entre os dez primeiros colocados estão a China, Singapura, Austrália, Estados Unidos e Rússia.

Os alunos brasileiros são selecionados através da Olimpíada Brasileira de Biologia (OBB), que contou, esse ano, com cerca de 18 mil inscritos em todo o país. Os 21 melhores colocados vieram ao Rio de Janeiro para uma nova etapa aonde foram escolhidos os quatro melhores que representarão o Brasil na IBO, em julho. A OBB é realizada pela Assossiação Nacional de Biossegurança (AnBio), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CPNq), ministérios da Ciência e Tecnologia e da Educação.

O Instituto de Biologia (IB) da UFRJ foi o responsável pela realização da etapa final da Olimpíada Nacional e pela seleção dos estudantes brasileiros que vão para Córdoba, na Argentina, onde será realizada a IBO. A Reitoria da Universidade forneceu verbas para a estadia e transporte de todos os 21 alunos, entre os dias 14 e 21 de junho.

Como o nível da prova internacional é acima dos ensinamentos oferecidos durante o segundo grau, a equipe do instituto faz a atualização necessária para que os estudantes consigam competir com os outros candidatos. Segundo Paulo Paiva, professor de Zoologia e coordenador do treinamento oferecido pelo IB, professores e alunos da pós-graduação fazem palestras para reforçar questões fundamentais.

- Os alunos são treinados nas áreas onde apresentam maior deficiência, como Zoologia, Genética, Ecologia e Botânica. A prática laboratorial também é fortalecida com a dissecação de animais e a eletroforese, técnica de separação de frações de proteínas, enzimas, DNA e RNA, – completou o professor.  Para ele, a participação da universidade no processo seletivo dos estudantes brasileiros possibilita uma transferência de conhecimentos fundamentais aos secundaristas e uma integração entre a sociedade e a universidade.